quarta-feira, 27 de abril de 2011

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Pequena, vamos parar com tudo isso.

Vamos parar com essa farsa de não querer querendo. Eu só preciso de um sim, seu, na hora certa.

E de tantos silêncios, em horas mais certas ainda.

Preciso que você faça o que quer sobre o que eu quero. Quero que, querendo, você queira exatamente o que eu quero, quando quero, se eu quiser.

Eu já te disse um tanto nessa vida, e você calou.

Já me segurei, pequena, pra não dizer que te amo. Acredita? Eu amo demais. Esse é o problema.

Eu queria que agora você me quisesse.

Queria coisas simples, pequena, como um abraço sem esperar, um carinho sem pedir, um beijo no queixo.

Eu queria, pequena, que você me pusesse em seu colo e me contasse de você a noite toda.
Não tenho pressa.

Mas você cala, pequena, e calando eu percorro as livrarias do meu bidê e encontro outros amores vagos para me amar esta noite.

E você não vem.

On the west side

Veja agora minha calma.

Veja agora como transpareço uma leveza.

Mas eu grito por dentro, minha senhora, e sei que vóis micê me ouve. Eu sei que estás aqui a me ler por fora das roupas.

Vamos ser sinceros: eu transpareço uma leveza e você some. Eu digo o que tu queres ouvir e, ato contínuo, você se esfarela no ar.

É um acordo que proponho, em contraponto a essa minha leveza que quer gritar.

Digamos que, agora, eu queira morrer.

Podemos pôr panos quentes nessa carne gelada que é essa situação toda. Eu preciso dizer-te que me apaixonei por outra. E por outra. E por outra. E que não quero saber se contigo aconteceu o mesmo.
Isso não quero! Quero que estejas apaixonada, que suma por aí com ele no escuro.

Da minha cama eu vejo o mundo, os mundos.

Um, o mundo de agora, onde você foi escurraçada. Outro, o mundo que antes era teu. E não o quero de volta.
Simples.