Veja agora minha calma.
Veja agora como transpareço uma leveza.
Mas eu grito por dentro, minha senhora, e sei que vóis micê me ouve. Eu sei que estás aqui a me ler por fora das roupas.
Vamos ser sinceros: eu transpareço uma leveza e você some. Eu digo o que tu queres ouvir e, ato contínuo, você se esfarela no ar.
É um acordo que proponho, em contraponto a essa minha leveza que quer gritar.
Digamos que, agora, eu queira morrer.
Podemos pôr panos quentes nessa carne gelada que é essa situação toda. Eu preciso dizer-te que me apaixonei por outra. E por outra. E por outra. E que não quero saber se contigo aconteceu o mesmo.
Isso não quero! Quero que estejas apaixonada, que suma por aí com ele no escuro.
Da minha cama eu vejo o mundo, os mundos.
Um, o mundo de agora, onde você foi escurraçada. Outro, o mundo que antes era teu. E não o quero de volta.
Simples.
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