Fui e tive de ir buscar em mim mesmo o sentido de coisa. O sentido de conceitos.
Senti e quis querer trazer de volta um café da manhã servido em forma de alumínio, amassada, coberta com um pano de prato bem velhinho. E fazia chá, café e bolo. Suco não tinha. Dinheiro.
Domingos.
E era só para vê-la sorrir. Não era de esperar outras coisas.
Não havia, ainda, as gavetas. Não havia, ainda, os surtos, as verdades, as delícias de se conhecer a tristeza e o trauma profundos. Tudo fazia sentido. Deliciosamente, fazia sentido.
A vida era o resumo do cheiro doce das árvores da primavera ao descer do ônibus e encantar-se. De passar horas no banho e, ao mesmo tempo, ver as meninas correndo pela rua.
Mas vieram as calamidades, a vida silente, as dores de agosto. Vieram as fraquezas e as expiações, puseram para fora todas as dores guardadas no peito por anos. A dor do abandono.
Enfim, nos perdemos.
Triste, hoje não lhe acho, mesmo sentindo seu sangue na minha veia.
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