quarta-feira, 29 de junho de 2011

Carinhos

Uma certeza sempre vem e bate a gente quando menos se espera. Uma certeza. Simples.

Penso agora que, se não me quer dar seu carinho, não o deveria querer.

E, agora, tenho quase certeza de que não o quero.

Quero carinho de quem quiser me dar. Quero o querer. Quero as vontades, o somatório das angústias das borboletas. A sofreguidão calma das noites em claro, quando um que ama arde em suor e não consegue dormir sem que, ao acordar, a imagem do amado seja a prima coisa à vista.


Quero um pôster.

Quero o desejo de ter uma foto, nem que seja pra guardar no fundo das gavetas. No pleno esquecimento dos armários.

Eu quero uma carta vazia, sem nada, sem cor nem piedade. Quero uma carta vazia de odores, de perseguições de coisas que não se pode ter.

Não posso ter seu carinho por que não me querer dar. Simples. Vou conviver com isto.


Até o dia que haja alguém que queira, por meus carinhos, dar-me os seus. Não em simples troca, que fique claro.


Mas por simples quereres.





2 comentários:

P. disse...

as borboletas sentem e vivem e sofrem as dores das cores múltiplas. elas querem ser e amar. colorir. borboletar. querem o querer. amam o amar. e ser borboleta é ser o colorido das cores. é vida. se o outro não quiser dar, paciência. querer o desejo. e ter. dentro de si. eis o desafio.

Gaudz disse...

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