Eu achei que, sendo um que ama, teria um hálibi. Achei que mitigaria minhas faltas, achei que sopesariam meus erros. Pensei que, com tanto amor e pecado e desejo, eu pudesse fazer você me ver diferente. Meu hálibi era amar.
Ocorre que eu amei e você não viu. Eu sei, você já disse mil vezes que sim, que viu e sentiu. Mas não. Eu agora penso que já não sei se realmente te amei, por que se tanta sede, tanto querer, tanta paixão e tantas palavras e cantos e poemas... se tantas coisinhas pequenas que demonstravam meu amor grande não foram suficientes para que você sentisse que eu te amava - é por que não te amei.
É possível que eu não tenha te amado mesmo ardendo em febre nas noites em claro sentindo sua falta? Nos dias que tirei a roupa pra você não sentir frio? Nos dias que te levei um chocolate de sobremesa e você não quis?
Nas horas, não poucas, que tirei só pra te dizer o quanto você me fazia bem e o tanto que eu queria só te fazer feliz, sem cobranças nem contas nem galhos... concluo, então, que meu amor nunca é virtude, nunca foi e nunca será.
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